Fonte: Haaretz
Tamara Traubmann, correspondente do Haaretz (Tradução livre)
Somente 16 estudantes árabes foram aceitos este ano para a escola de medicina na Universidade Hebraica, comparado com 55 em 2005, uma queda de 70%. A turma costuma ter 100 estudantes.A razão aparente é a mudança no sistema de ingresso, que agora passa por entrevistas individuais e uma etapa que implica em interpretação.O deputado Ahmed Tibi (Partido Árabe Unido) no parlamento de Israel, ele próprio graduado nesta instituição, declarou que o novo sistema é culturalmente dependente e se baseia em critérios estritamente compreensíveis para judeus ortodoxos, ignorando "aqueles com culturas e valores diferentes dos examinadores".A Universidade declarou que o novo sistema busca "desenvolver a composição dos estudantes que são aceitos" (seja lá o que isto venha a significar!).O novo método, além da matrículo e exames psicológicos e entrevistas pessoais, inclui uma longa sessão que examina a biografia do candidato e sua habilidade de lidar com situações estimuladas e dilemas morais enfrentados pelos médicos.O objetivo é "aceitar não apenas estudantes com boas notas, mas que possuam as características pessoais e psicológicas necessárias para futuros médicos", afirmou a Universidade.Sistema similar de ingresso foi adotado há dois anos na Universidade de Tel-Aviv e o Instituto Técnico de Israel, em Haifa, pretende adotar o novo modelo ainda este ano.Ahmed Abdel-Hadi, de Jaljuliya iniciou seus estudos em Amman este ano, suas notas permitiriam que fosse aceito em Jerusalém, mas com o novo sistema, ele foi reprovado."As questões são formuladas para estudantes judeus. Eles questionam sobre problemas morais e como resolvê-los. Claramente, um judeu que tenha servido ao exército terá algo a dizer, mas nís, estudantes egressos do ensino médio, não sabemos nada sobre dilemas morais." - ele falou em entrevista da Jordânia.
Há um novo dilema moral para o regime de apartheid promovido pela etnocracia de Israel: árabes não podem servir às Forças Armadas e, deste modo, sofrem uma série de restrições que incluem a proibição de se obter empréstimos bancários ou ocupar cargos de funcionários públicos e agora serão impedidos de acessar a Universidade.A Universidade Hebraica, em resposta, afirmou que os estudantes árabes falham por não terem maturidade emocional suficiente para o estágio de suas vidas.O presidente da União de Estudantes Árabes em Israel, Fadi Abu Yunes, acredita que é um novo mecanismo de filtrar e impedir o ingresso de estudantes árabes."É uma agenda política que vem sendo inserida via academia", ele disse.
sábado, 10 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário