Israel 2007: Pior que o Apartheid na África do Sul
Ronnie Kasrils is a South African politician of Lithuanian-Latvian Jewish descent.
Ronnie Kasrils is a South African politician of Lithuanian-Latvian Jewish descent.
Travelling into Palestine’s West Bank and Gaza Strip, which I visited recently, is like a surreal trip back into an apartheid state of emergency. It is chilling to pass through the myriad checkpoints – more than 500 in the West Bank. They are controlled by heavily armed soldiers, youthful but grim, tensely watching every movement, fingers on the trigger. Fortunately for me, travelling in a South African embassy vehicle with official documents and escort, the delays were brief. Sweeping past the lines of Palestinians on foot or in taxis was like a view of the silent, depressed pass-office queues of South Africa’s past. A journey from one West Bank town to another that could take 20 minutes by car now takes seven hours for Palestinians, with manifold indignities at the hands of teenage soldiers.
My friend, peace activist Terry Boullata, has virtually given up her teaching job. The monstrous apartheid wall cuts off her East Jerusalem house from her school, which was once across the road, and now takes an hour’s journey. Yet she is better off than the farmers of Qalqilya, whose once prosperous agricultural town is totally surrounded by the wall and economically wasted. There is only one gated entry point. The key is with the occupation soldiers. Often they are not even there to let anyone in or out.
Bethlehem too is totally enclosed by the wall, with two gated entry points. The Israelis have added insult to injury by plastering the entrances with giant scenic posters welcoming tourists to Christ’s birthplace. The “security barrier”, as the Israeli’s term it, is designed to crush the human spirit as much as to enclose the Palestinians in ghettoes. Like a reptile, it transforms its shape and cuts across agricultural lands as a steel-and-wire barrier, with watchtowers, ditches, patrol roads and alarm systems. It will be 700km long and, at a height of 8m to 9m in places, dwarfs the Berlin Wall.
The purpose of the barrier becomes clearest in open country. Its route cuts huge swathes into the West Bank to incorporate into Israel the illegal Jewish settlements – some of which are huge towns – and annexes more and more Palestinian territory. The Israelis claim the purpose of the wall is purely to keep out terrorists. If that were the case, the Palestinians argue, why has it not been built along the 1967 Green Line border? One can only agree with the observation of Minister in the Presidency Essop Pahad, who has stated: “It has become abundantly clear that the wall and checkpoints are principally aimed at advancing the safety, convenience and comfort of settlers.”
The West Bank, once 22% of historic Palestine, has shrunk to perhaps 10% to 12% of living space for its inhabitants, and is split into several fragments, including the fertile Jordan Valley, which is a security preserve for Jewish settlers and the Israeli Defence Force. Like the Gaza Strip, the West Bank is effectively a hermetically sealed prison. It is shocking to discover that certain roads are barred to Palestinians and reserved for Jewish settlers. I try in vain to recall anything quite as obscene in apartheid South Africa.
Gaza provides a desolate landscape of poverty, grime and bombed-out structures. Incon- gruously, we are able to host South Africa’s Freedom Day reception in a restaurant overlooking the splendid harbour and beach. Gunfire rattles up and down the street, briefly interrupting our proceedings, as some militia or other celebrates news of the recovery from hospital of a wounded comrade. Idle fishing boats bob in long lines in the harbour, for times are bad. They are confined by Israel to 3km of the coast and fishing is consequently unproductive. Yet, somehow, the guests are provided with a good feast in best Palestinian tradition.
South Africa’s stated position is clear. The immediate demands are recognition of the government of national unity, the lifting of economic sanctions and blockade of the Palestinian territories, an end to the 40-year-old military occupation and resumption of negotiations for a two-state solution.
Israel em 2007: Apartheid pior que na África do Sul
Ronnie Kasrils é um político sul-africano, de ascendência de judeus da Lituânia
Ronnie Kasrils é um político sul-africano, de ascendência de judeus da Lituânia
Viajar para a Palestina, seja na Cisjordânia ou na Faixa de Gaza, que visitei recentemente, é como uma viagem surreal de volta à um Estado de Apartheid em estado de exceção. É terrível passar por uma miríade de pontos de checagem - mais de 500 na Cisjordânia. Eles são controlados por soldados com armamento pesado, jovens mas sérios, observando tensamente cada movimento, com dedos no gatilho. Felizmente para mim, viajar em um veículo oficial da embaixada da África do Sul, com documentos oficiais e escolta, ajudou-me a passar pelas filas deprimentes do passado sul-africano. Uma viagem entre uma cidade da Cisjordânia para outra, o que poderia levar vinte minutos de carro, agora toma sete horas de um palestino, com muitas indignidades cometidas pelas mãos de soldados israelenses ainda adolescentes.
Minha amiga, uma pacifista chamada Terry Boullata, virtualmente desistiu de seu emprego de professora. O monstruoso muro de apartheid que corta sua cidade, Jerusalem, rasgando sua casa até a escola, que apenas era separada por uma estrada, agora leva horas de viagem. No entanto, ela tem ainda melhores condições que os agricultores de Qalqilya, uma antes próspera cidade agrícola, agora totalmente cercada pelo muro e economicamente destruída. Só há um ponto de entrada. A chave está com os soldados da força de ocupação. Algumas vezes eles nem ficam lá para permitir que alguém entre ou saia.
Belém também está totalmente cercada pelo muro, com dois pontos de entrada. Os israelenses adicionaram um elemento de insulto, colocando nas entradas, cartazes gigantes dando boas-vindas aos turistas que adentram no local de nascimento de Jesus Cristo. A "barreira de segurança", como Israel chama, foi designada para esmagar o espírito humano assim como para trancafiar os palestinos em guetos. Como um réptil, ele se transfoma, molda-se e corta terras de camponeses, com cercas de arame farpado, torres de vigilância, sistemas de alarme, estradas para patrulha e trincheiras. Este muro terá setecentos quilômetros de extensão e entre oito e nove metros de altura, fazendo do Muro de Berlim um anão.
O propósito desta barreira se evidencia no centro do país. Sua rota corta vastas áreas da Cisjordânia, para incorporá-las nos assentamentos judeus de Israel, ilegais, muitos deles grandes cidades, e anexar cada vez mais território palestino. Israel diz que o propósito é puramente afastar terroristas. Se este fosse o caso, por que não construí-lo na Linha Verde estabelecida como fronteiras de um armísticio em 1967? Qualquer um concorda com o ponto levantado pelo Ministro na Presidência Essop Pahad, que disse que "Fica evidentemente claro que o muro e os pontos de checagem são feitos com o objetivo principal de garantir segurança, conveniência e conforto para os colonos judeu-israelenses."
A Cisjordânia, hoje apenas 22% da Palestina histórica, encolheu para, talvez, 10% ou 12% de espaço e foi dividida em pequenas áreas fragmentadas, incluindo o Vale do Jordão, cuja segurança preserva colonos judeus e as Forças Armadas de Israel. Como a Faixa de Gaza, a Cisjordânia é efetivamente uma prisão hermeticamente fechada. Eu tento, em vão, relembrar de algo tão parecido e obsceno como o apartheid na África do Sul.
Gaza confere uma desoladora imagem de pobreza e destruição. De modo incongruente, nós fomos recebidos em uma festa para comemorar o dia da Liberdade da África do Sul em um restaurante com uma esplêndida vista para o mar. Às vezes, nossa reunião era interrompida por tiros de arma comemorando a recuperação de um companheiro ferido, em um hospital. Barcos pesqueiros não são permitidos a se afastarem. Eles são confinados, por Israel, à três quilômetros da praia, o que é improdutivo. Ainda assim, não sei como, os convidados são recebidos com grandes festas no melhor estilo palestino.
(...)
A posição do governo Sul Africano é clara [para a Palestina e Israel]. A imediata demanda por reconhecimento de um governo de unidade nacional, com o fim das sanções e bloqueio econômico dos territórios palestinos, terminando com quarenta anos de antiga ocupação militar e resumindo com uma solução de dois Estados. (...)
Fonte / Source: If Americans Knew - http://www.ifamericansknew.org/cur_sit/israelworse.html
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