sexta-feira, 1 de maio de 2009

ONU pede que Israel não destrua casas de palestinos em Jerusalém

Limpeza étnica em Jerusalém

01/05/2009 - 19h23


Cerca de 60 mil dos 225 mil imóveis palestinos de Jerusalém Oriental correm o risco de ser demolidos pelas autoridades israelenses, segundo um relatório do Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês).
Sob o título de "A crise de planejamento em Jerusalém Oriental: Entendendo o fenômeno de construção 'ilegal'", o documento adverte que cerca de 1.500 lares palestinos contam com as ordens de demolição na parte leste de Jerusalém. Caso essa medida entre em vigor, deixaria pelo menos 9.000 pessoas sem casa, sendo metade delas crianças e adolescentes.
Só 13% do território de Jerusalém Leste anexado por Israel é considerado, pelas autoridades israelenses, apto para receber as construções palestinas. Um terço da área foi desapropriada para a construção de assentamentos judaicos, onde residem 195 mil israelenses.
Palestinos destes bairros lamentam que as demolições sejam tentativas de impedir a presença na zona e de tornar exclusivamente judaica a parte oriental de Jerusalém. As autoridades municipais argumentam que só colocarão abaixo imóveis construídos sem permissão oficial.
O Ocha alerta que as autoridades municipais de Jerusalém irão manter e, possivelmente, irão acelerar a política de demolição de casas palestinas. De acordo com o órgão, ao menos 28% dos imóveis palestinos em Jerusalém Oriental foram erguidos sem as permissões oficiais, as quais segundo os moradores são praticamente impossíveis de obter.
Israel capturou a parte leste de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias (1967). Em 1981, o Parlamento israelense declarou a cidade sua "capital eterna e indivisível". Os palestinos querem estabelecer, na parte oriental de Jerusalém, a capital de seu futuro Estado.
Com Efe e France Presse

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