06/09/2009 - 19h26
O governo israelense aprovou neste domingo os planos do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu de construir centenas de novas casas e apartamentos em assentamentos judaicos na Cisjordânia, apesar da forte oposição dos Estados Unidos.
Segundo a mídia israelense, o projeto pode incluir a construção de até 700 mil novas residências nos assentamentos.
Na sexta-feira, o governo americano pediu a Israel que abandonasse os planos de construção na Cisjordânia, pelo bem das negociações de paz no Oriente Médio.
O secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, explicou a posição dos Estados Unidos sobre a questão: "Como o presidente disse no passado, os Estados Unidos não aceitam a legitimidade da contínua expansão dos assentamentos e pedimos que isso pare".
Ações como esta tornam "mais difícil" para a Casa Branca "criar" o clima para o diálogo, disse Gibbs.
As novas residências na Cisjordânia se somam a outras 2.500 unidades atualmente sendo construídas em Jerusalém Oriental, a área que os palestinos pretendiam declarar como capital de um futuro Estado.
Mas Israel quer continuar as construções para permitir o que chama de "crescimento natural" das comunidades nesses locais e se recusa a suspender as obras em Jerusalém Oriental.
Um porta-voz do grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disse neste domingo que a continuação das construções nos assentamentos israelenses prova que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fracassou nas suas tentativas de mediação.
Os palestinos condicionam a retomada das negociações de paz à suspensão de todas as construções em assentamentos judaicos.
O negociador palestino Saeb Erekat afirmou que os planos de construir novas residências prejudicam os esforços de ressuscitar o processo de paz.
A expectativa é de que o assunto seja discutido no encontro entre Binyamin Netanyahu e o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, na semana que vem.
Cerca de 500 mil judeus vivem em mais de 100 assentamentos construídos desde a ocupação israelense da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, em 1967. Os assentamentos são considerados ilegais pelas leis internacionais, mas Israel questiona esta noção.
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