sexta-feira, 26 de março de 2010

25/03/2010 - 08h55

Levantamento inédito revela 57 mil imóveis israelenses na Cisjordânia

Um levantamento inédito realizado por um instituto de pesquisa israelense revela que há pelo menos 57.309 imóveis de colonos ou do governo israelenses nos territórios palestinos ocupados na Cisjordânia.

São 32.711 apartamentos, 22.997 casas, 187 shopping centers, 127 sinagogas, 717 instalações industriais, 15 salões de festas, 344 jardins de infância e 211 escolas.

Instituto Macro
Levantamento mostra que há pelo menos 57.309 imóveis de colonos ou do governo israelenses na Cisjordânia ocupada
Levantamento mostra que há pelo menos 57.309 imóveis de colonos ou do governo israelenses em território na Cisjordânia ocupada

Cerca de 500 mil cidadãos israelenses moram em assentamentos nos territórios ocupados, 300 mil deles na Cisjordânia e 200 mil em Jerusalém Oriental, que não foi mapeada.

A pesquisa foi realizada pela instituto de economia política Macro, que usou imagens de satélite pra registrar todos os assentamentos.

Custos

De acordo com o instituto, o custo direto da construção dos assentamentos para o governo de Israel foi de cerca de US$ 17 bilhões --valor que não inclui os gastos com a segurança dos complexos.

De acordo com o diretor do instituto, Robi Nathanson, "a maioria dos assentamentos é atrativa para os israelenses por razões econômicas".

Em entrevista ao site de noticias do jornal "Yediot Ahronot", Nathanson afirmou que "os governos de Israel criaram condições confortáveis para a colonização na Cisjordânia".

Nathanson explicou que os preços dos imóveis na Cisjordânia são "especialmente baixos", e os colonos desfrutam de "vias de acesso confortáveis para as grandes cidades (de Israel) que lhes possibilitam trabalhar dentro das fronteiras do Estado de Israel".

Um apartamento no grande bloco de assentamentos de Gush Etzion, a apenas 15 minutos de Jerusalém, pode custar menos de um quarto de preço de um apartamento semelhante na cidade.

A razão para o custo bem mais baixo dos imóveis nesses locais é o valor do terreno --que é considerado o componente mais caro no custo dos imóveis em Israel, pela alta densidade populacional.

Outra razão para o preço baixo são os amplos subsídios dados pelo governo israelense à construção na Cisjordânia, como parte de uma política de estímulo para que os cidadãos israelenses se mudem para lá.

As estradas asfaltadas que servem os colonos cobrem uma área de 1,02 milhão de metros quadrados.

Barreira

Instituto Macro
entre os imóveis estão 32.711 apartamentos, 22.997 casas, 187 shopping, 127 sinagogas, 717 instalações industriais e 15 salões
Entre os imóveis estão 32.711 apartamentos, 22.997 casas, 187 shopping, 127 sinagogas, 717 instalações industriais e 15 salões

Os pesquisadores também afirmam que, desde 2004, o governo de Israel passou a dar preferência à construção de assentamentos que ficam do lado oeste da barreira israelense na Cisjordânia, de acordo com o plano, já manifestado desde o governo do ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, de anexar esses territórios a Israel.

Nos últimos seis anos, assentamentos do lado leste da barreira receberam menos investimentos por parte do governo, pois de acordo com a avaliação das lideranças israelenses, esses territórios provavelmente serão devolvidos aos palestinos quando houver um acordo de paz.

A barreira construída por Israel na Cisjordânia, formada por muros e cercas, tem um traçado que atravessa o território palestino, anexando, na prática, cerca de 15% das terras ao lado israelense.

De acordo com o governo israelense a barreira não foi construída para anexar terras, mas sim por razões de segurança e para impedir a entrada de homens-bomba palestinos no território israelense.

O Conselho da Judeia e Samaria, principal organização que representa os colonos, acusou o instituto Macro de ser "um grupo de esquerda não-confiável".

De acordo com porta-vozes do Macro, "trata-se de um instituto acadêmico, apolítico e independente".

quinta-feira, 25 de março de 2010

Conselho de Direitos Humanos da ONU aprova 3 resoluções em que Israel é condenado

24 . Março . 2010 - Israel foi condenado por suas políticas nos territórios ocupados sírios e palestinos.


The United Nations Human Rights Council passed three resolutions on Wednesday condemning Israel over its policies related to what it called Palestinian and Syrian territories, but the United States voted against them all.

Uma resolução sobre "graves violações de direitos humanos" cometidas pelas Forças Armadas de Israel nos territórios palestinos foi aprovada por 31 votos favoráveis, 9 votos contrários e 7 abstenções no Conselho de 47 membros. Esta resolução demanda que Israel encerre a ocupação dos territórios palestinos invadidos em 1967. A mesma resolução instou Israel à parar os ataques aos civis palestinos e interromper a sistemática destruição de sua herança cultural, suspender as agressões militares em terras palestinas e acabar com o bloqueio de Gaza.

Outra resolução convidou Israel a interromper a construção de todos os assentamentos e o desmantelamento das colônias já existentes. Esta resolução foi aprovada por 45 votos favoráveis, encontrando a oposição apenas dos EUA.

A última resolução condenou Israel por sistemáticas violações de direitos humanos nas Colinas Golã, território sírio.

Presidente do Brasil faz duras críticas

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi firme nesta quinta-feira ao comentar a maneira como está sendo conduzido o processo de paz no Oriente Médio e sobre as críticas que tem sofrido por sua aproximação com países árabes e o Irã.

Ele também disse que o Brasil pode dar "uma contribuição extraordinária" para a construção da paz no Oriente Médio, durante discurso na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, onde recebeu uma homenagem no Dia Nacional da Cultura Árabe.

"A subserviência é de tal ordem que as pessoas acham que o acordo de paz no Oriente Médio depende dos Estados Unidos ou da União Europeia", disse Lula.

"A ONU tem a responsabilidade de trabalhar pela questão da paz. Não é uma questão bilateral, é uma questão multilateral (...) A paz no Oriente Médio não depende do estado de espírito de um governo americano ou de um governo europeu", afirmou.

O presidente também disparou seu arsenal de críticas aos que consideram sua visita ao Irã um erro. Lula recebeu seu colega iraniano Mahmoud Ahmadinejad no ano passado, em Brasília, e vai retribuir a visita indo em maio a Teerã.

"Eu vou lá porque não quero que aconteça com o Irã o que aconteceu no Iraque (...) porque aquela guerra no Iraque foi consequência de duas grandes mentiras contadas para a humanidade", afirmou.

Lula se referia a uma alegação dos Estados Unidos de que o regime de Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa e que a derrubada do ditador pacificaria o país.

O Irã está no centro de um impasse nuclear com as potências ocidentais, que acusam a República Islâmica de querer enriquecer urânio para a construção de armas nucleares.

O governo iraniano, no entanto, alega que seu programa nuclear tem fins pacíficos, e o Brasil tem insistido que é preciso investir no diálogo para resolver o impasse ao invés de impor sanções, como defende o Ocidente.

"Vou lá para dizer ao presidente Ahmadinejad: sou contra você ter armas nucleares, mas sou a favor de você enriquecer urânio como o Brasil enriquece", disse Lula.

O presidente, que na semana passada visitou Israel, também atacou o Estado judeu por conta do muro que o separa dos territórios palestinos.

"Um muro dentro de Israel não é uma coisa nobre no século 21. Eu me senti em uma eclusa".

O presidente contou que para sair e entrar em Israel em direção ou voltando dos territórios palestinos teve de sair de um carro, passar por uma cancela e, em seguida, entrar num outro carro no outro lado da fronteira.

domingo, 7 de março de 2010

Cerco em Gaza completa 1000 dias

O cerco em Gaza completou 1000 dias em 08 de março de 2010.

Desde o início, 500 pessoas morreram como conseqüência do cerco, a maioria deles pacientes que não puderam receber tratamento médico adequado.

140.000 pessoas, o que corresponde à 80% da força de trabalho de Gaza, também está desempregada pelo estrangulamento.

Quase nenhum material de construção é permitido, impedindo a reconstrução após a Guerra em Gaza (Dezembro de 2008 - Janeiro de 2009). A região sofre constantes blackouts, uma vez que o combustível para as estações de energia elétrica, é impedido de ser comercializado por Israel.

Menino de 12 anos preso em Hebron .

Hebron - Ma'an - Uma criança de Hebron teve sua prisão prorrogada na quarta-feira enquanto estava perante um tribunal militar israelense na prisão de Ofer, por alegadamente atirar pedras contra as forças israelenses.

O pai de Al-Hassan, 12, Al-Fadl Muhtaseb disse que seu filho não tinha sido acusado de nenhum crime, mas ainda assim teve sua pena estendida.

"Meu filho foi levado a tribunal com ambas as mãos e os pés algemados. Ele estava com muito medo dos soldados ao redor dele. É irônico que o juiz estendeu sua detenção até domingo até que seja emitida uma acusação contra ele".

Al-Mutaseb foi convidado a pagar uma multa de 5.000 shekels, que foi posteriormente reduzido para 2.000 shekels. " que a lei permite que uma criança seja julgada em tribunal e, em seguida, pede a seu pai a pagar uma multa? Eu não vou pagar a multa, e você tem que liberar o meu filho."

"Esta é a lei de ocupação de Israel", disse o pai.

O advogado que representa a Al-Hassan, Lea Tsemel, entregou a criança um pequeno balão que retirou de sua pasta para ele brincar, que trouxe o riso para a sala de tribunal. O juiz teria tentado esconder o rosto quando o brinquedo foi dado ao menino.

Al-Hassan foi detido na segunda-feira com seu irmão Al-Amir, 9, que mais tarde foi liberado.

De acordo com o artigo 37 da Convenção da ONU sobre os Direitos da criança, que Israel ratificado em 3 de outubro de 1991, "A prisão, detenção ou prisão de uma criança deve estar em conformidade com a lei e devem ser utilizados apenas como uma medida de último recurso e pelo menor período de tempo adequado