quarta-feira, 22 de julho de 2009

Netanyahu: Israel não vai desmontar "o muro"

22/07/2009
Netanyahu: Israel won't dismantle "West Bank fence" (The Apartheid Wall)
By Haaretz Service and News Agencies


Prime Minister Benjamin Netanyahu said Wednesday that Israel has no intention of dismantling the West Bank separation fence, which he called "a critical component of Israel's security."

"The separation fence will remain in place and will not be dismantled," Netanyahu told Knesset members.
http://haaretz.com/hasen/spages/1102097.html

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The Wall is considered illegal. In 2004, the International Court of Justice said that it
contrary to international law and should be dismantled. The Judges opinions can be read here: http://www.icj-cij.org/docket/index.php?p1=3&p2=4&k=5a&case=131&code=mwp&p3=4

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Netanyahu: Israel não vai desmontar "o muro do apartheid"
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu declarou que não vai desmontar o muro na Cisjordânia, que chamou de "componente fundamental de segurança". O muro é consideral ilegao. Em 2004, a Corte Internacional de Justiça declarou que é contrário ao Direito Internacional e deveria ser desmontado. As opiniões do juízes podem ser lidas aqui: http://www.icj-cij.org/docket/index.php?p1=3&p2=4&k=5a&case=131&code=mwp&p3=4 (inglês).


Israel apaga o termo “Nakba” de livros escolares dos árabes

Da Redação - http://www.arabesq.com.br/Principal/Política/PoliticsArticle/tabid/79/ArticleID/1478/Default.aspx

O Ministro da Educação israelense Gideon Saar anunciou que o termo "Nakba", que indica a catástrofe da criação do estado de Israel em 1948 e o êxodo forçado de palestinos de suas terras ocupadas, será apagado dos livros escolares dos palestinos que permaneceram em Israel após 1948.

"A decisão de incluir este termo há vários anos na educação dada aos árabes israelenses foi um erro que será corrigido nos próximos livros escolares que estão sendo preparados.", afirmou uma declaração do ministério divulgada nessa terça.

“Não há motivos para considerar uma catástrofe a criação do estado de Israel em um sistema educativo oficial. A função desse sistema não é negar a legitimidade do nosso país e nem incentivar o radicalismo nas frentes árabes israelenses”, acrescentou.

Uma comissão governamental israelense havia aprovado anteriormente um projeto de lei controverso sobre a “Nakba”.

A lei impede o governo israelense de prestar qualquer apoio a eventos que tratam da “Nakba” e prevê punições para seus organizadores. O chanceler israelense de ultra-dieita, Avigdor Lieberman, que visita hoje o Brasil, incluiu na lei a punição com 3 anos de prisão para aqueles que infringem a lei.

O número de árabes israelenses é se 1,2 milhões de pessoas de um total de 7 milhões em Israel. Estes árabes são os filhos e netos de 160 mil palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do Estado de Israel em 1948.

Com agências internacionais



22/07/2009
Israel bans use of Palestinian term 'nakba' in textbooks
By Reuters

Israel will remove from school textbooks an Arabic term that describes its creation in 1948 as a "catastrophe", the Education Ministry said on Wednesday.

Prime Minister Benjamin Netanyahu said when he was opposition leader two years ago the word "nakba" in Israeli Arab schools was tantamount to spreading propaganda against Israel.

The term, which is not part of the curriculum in schools in Jewish communities, was introduced into a book for use in Arab schools in 2007 when the Education Ministry was run by Yuli Tamir of the center-left Labor party.

The book was aimed at children, aged 8 and 9.

Arab citizens make up about a fifth of Israel's population of seven million. The term nakba is used by Palestinians to describe the founding of Israel in a war when some 700,000 Palestinians fled or were expelled from their homes.

"After studying the matter with education experts it was decided that the term nakba should be removed. It is inconceivable that in Israel we would talk about the establishment of the state as a catastrophe," said Yisrael Twito, a spokesman for Education Minister Gideon Sa'ar.

A passage in the textbook, describing the 1948 Middle East war at the time of Israel's creation, said: "The Arabs call the war the nakba - a war of catastrophe, loss and humiliation - and the Jews call it the Independence War."

Jafar Farrah, director of Mossawa, an Israeli-Arab advocacy group, said the decision to remove the term only "complicated the conflict". He called it an attempt to distort the truth and seek confrontation with the country's Arab population.

http://haaretz.com/hasen/spages/1102099.html

terça-feira, 21 de julho de 2009

Israel é um Estado colonialista e expansionista

Israel is a colonial-expansionist state. The two following articles, published in the same day at Haaretz, subsidise this affirmation.

21/07/2009
'Israel has indisputable right to build in East Jerusalem'
By Barak Ravid, Haaretz Correspondent and Haaretz Service

Deputy Foreign Minister Danny Ayalon said Tuesday that Israel had an "indisputable" right to build anywhere in Jerusalem, including East Jerusalem, following international calls on Israel to halt construction in the disputed area.


(...) Channel 10 quoted Shas Chairman Eli Yishai as saying. "Israel's government and the state of Israel are free to build anywhere in Israel, certainly after having obtained all the relevant permits by law."


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21/07/2009
Study: Settlements get more state funding than Israeli cities
By Reuters

Jewish settlements in the West Bank get significantly bigger slice of Israeli government financial help than municipalities in Israel itself, according to a study published on Tuesday.

The study by the Macro Center of the Israeli European Policy Network is entitled "Historical Political and Economic Impact of Jewish Settlements in the Occupied Territories."

The settler population is also growing more than three times faster than the population of Israel proper, says the report, which traces the development of Jewish settlements since the 1967 Six-Day War.
(...)
"While Israeli municipalities as a whole receive 34.7 percent of their income from [the government] and obtain another 64.3 percent from their own income, settlement municipalities obtain 57 percent from the [government], and only 42.8 percent from their own income," the study found.

Israel's government "allocates 4.1 percent its total budget for municipalities to settlements, although they constitute just 3.1 percent of the total Israeli population", the report adds.
http://www.haaretz.com/hasen/spages/1101829.html

Pogroms: Colonos judeus atacam propriedades de palestinos

21/07/2009
Palestinians: Settlers cut down 40 olive trees in fresh West Bank rampage

By Anshel Pfeffer, Haaretz Correspondent, and The Associated Press

Settlers rampaged in the West Bank for a second straight day on Tuesday, cutting down some 40 olive trees belonging to Palestinian farmers in the village of Burin, said Mayor Ali Eid.
The Israel Defense Forces said it received reports of the rampage, but by the time troops arrived, the settlers had fled.
Extremist settlers often vandalize Palestinian property to protest Israel's removal of small, illegal outposts in the West Bank - a tactic they call "the price tag."
(...)

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Colonos cortam 40 oliveiras em novo ato de fúria na Cisjordânia

Colonos devastam a Cisjordânia pelo segundo dia seguido. Desta vez cortaram 40 oliveiras pertencentes à agricultores palestinos na vila de Burin, declarou o prefeito Ali Eid.
As forças armadas de Israel receberam relatórios da devastação, mas quando soldados chegaram, os colonos judeus já haviam fugido.
Colonos (judeus-sionistas, embora nem sempre israelenses) extremistas frequentemente vandalizam propriedades de palestinos como represália à sua retirada de seus assentamentos ilegais. (...)
http://haaretz.com/hasen/spages/1101831.html

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Planned genocide / Genocídio planejado

"Has a people ever been known to give up its territory of its own volition? Likewise, the Arabs in Palestine will not renounce their sovereignty without violence." Z. Jabotinsky apud RODINSON, Maxime. Israel - A Colonial-Settler State?. 8th ed. New York: Pathfinder, 2001 (p. 65)

Jabotinsky was a Zionist. This citation states clearly the intentions of the Zionist movement to the traditional population in Palestine.

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"Alguma vez um povo foi conhecido por ceder seu território por livre vontade? Da mesma forma, os árabes na Palestina não vão renunciar sua soberania sem violência" - Ze'ev Jabotinsky (1880-1940).

Jabotinsky foi um sionista. Esta citação deixa claro as intenções do movimento sionista para a população tradicional na Palestina.


Pogroms recomeçam: a violência dos colonos judeu-israelenses contra civis palestinos

(...) An IDF soldier was lightly wounded when masked settlers stoned troops near Kedumim, while four settlers were arrested on suspicion of throwing stones at Palestinian vehicles near the Yitzhar junction. Earlier Monday, settlers stoned Palestinian cars in Hebron and torched Palestinian fields in Shomron. (...) ---

Um soldado israelense foi levemente ferido quando colonos judeu-israelenses mascarados atacaram as tropas perto de Kedumim, quando quatro outros colonos eram presos sob a suspeita de atacarem com pedras veículos de palestinos [onde dois palestinos foram feridos], perto de Yitzhar. Na segunda-feira, colonos apedrejaram carros de palestinos em Hebron e incendiaram campos cultivados de palestinos em Shomron.



Fonte: Jerusalem Post - Jul 20, 2009 15:05 | Updated Jul 20, 2009 22:30 - http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1246443858637&pagename=JPost/JPArticle/ShowFull

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A “fúria virtuosa” de Israel e suas vítimas em Gaza

Por Ilan Pappe (Site oficial http://ilanpappe.com/)

Tradução de Vinicius Valentin Raduan Miguel

Minha visita à minha casa, na Galiléia (Israel) coincidiu com o genocida ataque israelense contra Gaza. O Estado de Israel, através de sua imprensa e com a ajuda de suas universidades, transmitiu uma voz unânime – desta vez, ainda mais alta que aquela ouvida durante o ataque criminoso contra o Líbano, no verão de 2006. Israel é mais uma vez engolido por sua “virtuosa fúria” que se traduz nas políticas destrutivas contra a Faixa de Gaza. Esta terrível auto-justificação para práticas desumanas e sua impunidade, não é apenas irritante; é um assunto que devemos explicar melhor para entendermos a imunidade internacional para com o furioso massacre que arrasa Gaza.

É baseado, antes e acima de tudo, em mentiras absolutas transmitidas em uma ambígua linguagem remanescente dos negros dias da década de 1930 na Europa. A cada meia hora os noticiários no rádio e na televisão descrevem as vítimas de Gaza como “terroristas” e o assassinato em massa promovido por Israel é chamado de “ato de legítima defesa”. Israel apresenta a si mesmo para seu povo como uma virtuosa vítima que se defende contra um terrível mal. Acadêmicos do mundo inteiro são recrutados para explicar como a luta palestina, quando liderada pelo Hamas, é demoníaca e monstruosa. Estes mesmos acadêmicos que demonizaram o líder palestino Yasser Arafat em tempos precedentes e atacavam a legitimidade do Fatah durante a segunda intifada palestina.

Mas as mentiras e representações distorcidas não são a pior parte disso. O pior e ainda mais revoltante é o direto ataque contra os últimos vestígios de humanidade e dignidade do povo palestino. Os palestinos em Israel que demonstraram sua solidariedade com o povo de Gaza e agora são rotulados de quinta coluna no Estado Judeu; o direito destes em sua terra natal é transmitido como duvidoso em decorrência da falta de seu apoio à agressão israelense. Aqueles entre eles que concordam – erradamente em minha opinião – em aparecer na mídia local são interrogados ao invés de entrevistados, como se fossem prisioneiros nas prisões do Shin Bet, o serviço secreto israelense. Sua aparição é antes antecedida e seguida por humilhantes comentários racistas e eles enfrentam acusações de ser uma quinta coluna, irracionais e fanáticos. E isto não é tudo. Existem poucas crianças palestinas dos territórios ocupados tratadas de câncer em hospitais israelenses, por exemplo. E só Deus sabe o preço que essas famílias pagaram para serem admitidas aqui! E a rádio de Israel vai diariamente ao hospital para exigir que os pobres pais dessas crianças declarem para a audiência israelense o quão correto e justo é o ataque de Israel e o quão terrível é o Hamas, embora se defendendo.

Não há limites para a hipocrisia produzida pela virtuosa fúria. O discurso de generais e políticos transcorre entre erráticos auto-elogios à humanidade do exército israelense e seus ataques “cirúrgicos” e, ao mesmo tempo, para a necessidade de destruir Gaza de uma vez por todas, de uma maneira “humana” é claro.

A virtuosa fúria é um fenômeno constante na antiga sionista e hoje israelense prática de expulsão da Palestina. Todo ato, seja limpeza étnica, ocupação, massacre ou destruição sempre foi apresentado como moralmente justo e puramente um ato de legítima defesa relutante perpetrada por Israel em uma guerra contra o pior tipo de seres humanos.

No excelente volume The Returns of Zionism: Myths, Politics and Scholarship in Israel (O retorno do sionismo: mitos, política e academia, 2008), Gabi Piterberg explora as origens ideológicas e a progressão histórica desta fúria virtuosa. Hoje, em Israel, da esquerda à direita, do Likud ao Kadima, da academia à imprensa, todos podem ouvir a fúria virtuosa do Estado mais engajado em destruir e expulsar a população tradicional do que qualquer outra nação neste mundo.

É crucial explorar as origens ideológicas desta atitude e obter as necessárias conclusões políticas da sua persistência. A fúria virtuosa protege a sociedade e políticos israelenses de qualquer censura ou criticismo externo. Ainda pior é que isto é sempre traduzido em destrutivas políticas contra os palestinos. Sem mecanismos internos de crítica e sem pressão exterior, cada palestino se torna um potencial alvo desta fúria israelense. Dado o poder de fogo do Estado Judeu, é inevitável que isto só possa causar ainda mais assassinatos em massa, massacres e limpeza étnica.

A exaltação da própria moralidade é um poderoso recurso de autonegação e justificação. Isto explica as razoes da sociedade judaico-israelense não se mover por palavras de sabedoria, lógica, persuasão ou diálogo diplomático. E se alguém não quer endossar esta violência de tal modo a se opor à ela, há apenas uma solução: desafiar abertamente esta ideologia maligna da virtuosidade israelense objetivando acobertar atrocidades. Outro nome para esta ideologia é sionismo e, uma condenação internacional ao sionismo e não apenas à políticas particulares de Israel, é a única maneira de enfrentar esta fúria virtuosa. Nós temos tentado explicar não apenas para o mundo, mas também para os próprios israelenses que o sionismo é uma ideologia que apóia a limpeza étnica, ocupação e agora, enormes carnificinas. O que é preciso agora é não apenas uma condenação do presente massacre, mas também tirar a legitimidade da ideologia que produziu estas práticas e que as justifica moralmente e politicamente. Vamos manter a esperança de que vozes significativas no mundo irão dizer ao Estado Judeu que esta ideologia e sua conduta geral é intolerável e inaceitável e enquanto persistir, Israel será alvo de boicotes e sujeito à sanções.

E mais, nós não podemos permitir que 2009 se torne um ano menos significante que 2008, o ano comemorativo da Nakba, que não preencheu nossas grandes esperanças de uma transformação dramática na atitude do Ocidente em relação à Palestina e palestinos.

Aparentemente, mesmo o mais horrendo dos crimes, como o genocídio em Gaza, é tratado como um evento discreto, desconectado de tudo que aconteceu no passado e não associado a uma ideologia ou sistêmico processo. Neste novo ano, temos que tentar realinhar a opinião pública à história da Palestina e os males da ideologia sionista como o melhor método para explicar as operações de genocídio (como as que ocorreram em Gaza) e como uma forma de impedir que coisas ainda piores ocorram.

Academicamente, isto já foi feito. Os maiores desafios são como encontrar formas eficientes de explicar a conexão entre a ideologia sionista e as políticas de destruição do passado para assim, explicar a presente crise. Pode ser que seja mais fácil fazê-lo durante as mais terríveis circunstancias, quando a atenção mundial se volta para a Palestina mais uma vez. Talvez seja mais difícil em momentos em que a situação aparenta “calma” e menos dramática. Em momentos de “tranqüilidade”, a pouca atenção da mídia ocidental dedicada só serve para marginalizar ainda mais a tragédia palestina e desprezá-la em parte por causa dos horríveis genocídios na áfrica, crise econômica ou apocalípticos cenários para o meio ambiente. Apesar de a mídia ocidental não estar interessada em nenhuma leitura do passado, é apenas através de avaliação histórica da magnitude dos crimes cometidos contra o povo palestino ao longo dos últimos 60 anos que é possível entender a questão palestina. Deste modo, é papel da academia militante e imprensa alternativa em insistir no contexto histórico. Estes agentes não deveriam ignorar a importância de educar a opinião pública e influenciar atores políticos conscientes a encararem eventos em uma ampla perspectiva histórica.

Similarmente, nós devemos achar uma forma popular – distinta dos templos acadêmicos – de explicar claramente que as políticas israelenses nos últimos 60 anos partem de uma ideologia hegemônica racista chamada sionismo, ideologia esta que se acoberta sob intermináveis camadas de fúria pretensamente justa. Apesar da previsível acusação de anti-semitismo e argumentos do tipo “o que você fez”, já é tempo de associar à mentalidade pública que a ideologia sionista está vinculada a importantes marcos históricos: a limpeza étnica de 1948, a opressão dos palestinos em Israel durante os dias de governança militar, a brutal ocupação da Cisjordânia e, agora, o massacre de Gaza. Muito da ideologia da apartheid pôde explicar as opressivas práticas do governo sul-africano. Esta ideologia (da apartheid) em uma forma mais consensual e simplista variedade permitiu que os governos israelenses do passado e do presente desumanizassem os palestinos não importando onde eles estivessem e então, tentar todos os esforços necessários para destruí-los. Os métodos empregados se alteraram de período em período, de local em local, como se alteraram as narrativas para acobertarem estas atrocidades. Mas há um claro padrão, este padrão não pode ficar restrito ao mundo acadêmico, mas deve se tornar parte do discurso político na realidade contemporânea sobre a Palestina hoje.

Alguns de nós, principalmente aqueles comprometidos com a justiça e paz na Palestina, inconscientemente evadem do debate histórico – e isto é compreensível – e se concentram nos territórios ocupados (Cisjordânia e Gaza). Lutar contra políticas criminosas é uma missão urgente. Mas isto não deve transmitir o equivocado sinal – como com sucesso fez Israel - de que a Palestina é apenas os territórios da Cisjordânia e Gaza e palestinos são apenas aqueles que vivem nestes locais. Nós devemos expandir a representação geográfica e demográfica da Palestina apresentando a narrativa histórica dos eventos de 1948 e desde então demandar direitos humanos iguais para todos os povos que vivam ou viveram no que hoje é Israel e os territórios palestinos ocupados.

Vinculando a ideologia sionista às políticas do passado e às presentes atrocidades, nós seremos capazes de apresentar uma clara explicação lógica para a campanha de boicote, não-investimento e sanções contra Israel. Um Estado que apoiado por um mundo silencioso permitirá em si mesmo, ajudar à expulsão e destruição do povo nativo da Palestina. Mas desafiá-lo por meios não-violentos e mesmo na esfera ideológica é uma causa justa e ética. É ainda uma forma efetiva de difundir à opinião pública não apenas contra a presente política genocida em Gaza, mas também prevenir futuras atrocidades. E mais importante que tudo isso, é perfurar o balão da retórica da “justificada fúria” israelense que sufoca os palestinos toda vez que é inflado. Este processo de desmonte da ideologia sionista ajudará a terminar com a imunidade e impunidade de Israel garantida pelo ocidente. Sem esta imunidade, espero que mais e mais pessoas em Israel começarão a reconhecer a verdadeira natureza dos crimes cometidos em seus nomes e a ira destes começará a ser direcionada contra aqueles que os prendeu juntamente com os palestinos nesta armadilha desnecessária provocando ciclos de violência e atrocidades.

- Ilan Pappe é doutor em História pela Universidade de Oxford, 1984. Atualmente detém uma cadeira no Departamento de História na Universidade de Exeter, Inglaterra, onde é co-diretor do Centro para Estudos Etno-Políticos;

Tradução (inglês/português) feita por Vinicius Valentin Raduan Miguel sob autorização do autor e Electronic Intifada (originalmente publicado emhttp://electronicintifada.net/v2/article10100.shtml). Nenhuma reprodução é autorizada sem prévia permissão do tradutor.


Versão em português publicada em http://www.alainet.org/active/31738

Israel's righteous fury and its victims in Gaza

Ilan Pappe, The Electronic Intifada, 2 January 2009


terça-feira, 7 de julho de 2009

Gaza: Not a war of self-defense

Victor Kattan/JURIST - The images speak for themselves. For two weeks the scenes of carnage, mutilated body parts, and dead children have haunted our television screens and appeared in pictures in newspapers and on the internet. Israel has used all the sophisticated military paraphernalia at its disposal to destroy Hamas. And Hamas has in turn continued to fire rockets into Israel. Since Israel launched its offensive in Gaza on 27 December 2008, 1,010 Palestinians and thirteen Israelis have been killed. Of the Israeli dead 10 have been soldiers and three are civilians. According to the Ministry of Health in Gaza, one third of the dead are children. Almost 5,000 Palestinians have been injured. We do not know the exact proportion of Hamas fighters amongst the figures for Palestinian dead. Israel is not allowing any foreign journalists to enter the Strip to independently verify the facts.

In resolution 1860, the UN Security Council stressed the urgency of the situation and called for “an immediate, durable and fully respected ceasefire, leading to the full withdrawal of Israeli forces from Gaza.” The resolution has been ignored by both sides and Israeli troops are reported to have entered Gaza City. But was this war necessary? And is it lawful?

On the very morning Israel launched its offensive in Gaza, the day it killed 225 Palestinians, Gabriela Shalev, its UN Ambassador, sent a letter to the UN Secretary-General announcing that “after a long period of utmost restraint, the Government of Israel has decided to exercise, as of this morning, its right to self-defence.” Two weeks into the conflict, the US House of Representatives passed a non-binding resolution “recognizing Israel’s right to defend itself against attacks from Gaza” by a majority of 390-5. On 6 January, when an Israeli tank shell killed 40 Palestinians at a UN school, Australia’s Prime Minister Kevin Rudd said: “Australia recognizes Israel’s right to self-defence.” And in his last press conference at the White House, President George W. Bush said that Israel had the right to defend itself, but should be mindful of “innocent folks.”

It may therefore come as a surprise to some that, despite these statements, many international lawyers argue that Israel cannot rely on the right of self-defence to justify its actions in Gaza. In a letter published in the Sunday Times Israel’s plea of self-defence was rejected by over two dozen international lawyers. They argued that Israel’s actions in the Gaza Strip amount to aggression, not self-defence.

Continuation: http://www.humanrights-geneva.info/Gaza-Not-a-war-of-self-defense,4031

Gaza: Uma guerra que certamente não é de legítima defesa

O conflito visto sob o Direito Internacional
Por Victor Kattan

1. Apresentação

As imagens falam por si. Por semanas tivemos imagens de um massacre: corpos mutilados e crianças mortas assombrando as telas da televisão e chocando em fotografias nos jornais e na internet. Israel usou todo seu sofisticado arsenal para destruir o Hamas. E o Hamas, por sua vez, continuou a atirar seus foguetes em Israel. Desde que Israel lançou sua operação em Gaza no dia 27 de dezembro de 2008, 1010 palestinos e trezes israelenses foram mortos (1). De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, um terço dos mortos são crianças. Aproximadamente 5000 palestinos foram feridos. Não sabemos a exata proporção de combatentes do Hamas entre os números de mortos. Israel também bloqueou a entrada de jornalistas internacionais para uma verificação independente dos fatos.

Na resolução 1860, o Conselho de Segurança da ONU destacou a urgência da situação e fez um apelo para um "imediato, durável e completo respeito ao cessar-fogo, levando à retirada de forças israelenses de Gaza". A resolução foi sendo ignorada pelos dois lados e tropas israelenses entraram na Cidade de Gaza. Mas foi esta guerra necessária? E foi juridicamente aceitável?

Na primeira manhã em que Israel lançou sua ofensiva em Gaza matando 225 palestinos, a embaixadora israelense para a ONU, Gabriela Shalev encaminhou uma carta ao Secretário-Geral anunciando que "após um longo período de supremo autocontrole, o governo de Israel decidiu exercer, nesta manhã, seu direito à legítima defesa". Duas semanas após o início do conflito, a Câmara dos Deputados dos EUA adotou uma resolução "reconhecendo o direito de Israel à legítima defesa contra os ataques de Gaza" por uma maioria de 390 votos contra 5. No dia 6 de janeiro de 2009, quando um ataque de um tanque israelense matou 40 palestinos em uma escola da ONU, o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd reafirmou que a "Australia reconhece o direito de Israel à legítima defesa". Na última conferência à imprensa, o então presidente George W. Bush declarou que Israel tem direito a se defender, mas deveria atentar para "as pessoas inocentes".

Pode causar espanto que, apesar destas declarações, muitos especialistas em Direito Internacional argumentam que Israel não pode sustentar o direito à legítima defesa para justificar suas ações em Gaza. Em uma carta publicada no jornal Sunday Times (2), o argumento de legítima defesa pretendido por Israel for rejeitado por duas dúzias de especialistas em Direito Internacional. Eles argumentam que as ações israelenses na Faixa de Gaza são uma agressão e não legítima defesa.


(...)

Continuação: http://www.socialismo.org.br/portal/internacional/38-artigo/1017-gaza-uma-guerra-que-certamente-nao-e-de-legitima-defesa

sábado, 4 de julho de 2009

Zionist thoughts

Joseph Weitz, former head of the Jewish Agency's Colonisation Department (in his diary, 1940 which he publicly quoted in 1967:

"Between ourselves it must be clear that there is no room for both peoples together in this country... We shall not achieve our goal of being an independent people with the Arabs in this small country. The only solution is Palestine [...] without Arabs... And there is no other way but to transfer the Arabs from here to the neighboring countries; to transfer all of them; not one village, not one tribe should be left." (apud RODINSON, Maxime. Israel - A Colonial-Settler State?. 8th ed. New York: Pathfinder, 2001)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A criminal blockade / Um bloqueio criminoso

3/07/2009
UN's Richard Falk: IDF seizure of Gaza-bound ship is 'criminal'
By Reuters
A United Nations human rights investigator on Thursday called Israel's seizure of a ship carrying relief aid for the Gaza Strip "unlawful" and said its blockade of the territory constituted a "continuing crime against humanity". (...) Richard Falk, an American Jew and the United Nations special rapporteur on human rights in the Palestinian territories, said the move was part of Israel's "cruel blockade of the entire Palestinian population of Gaza" in violation of the Fourth Geneva Convention prohibiting any form of collective punishment against "an occupied people".
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Relator Especial da ONU, Richard Falk: O bloqueio do barco que ia para Gaza é "criminoso"
O investigador de direitos humanos da ONU declarou nesta quinta-feira que o cerco ao barco carregando ajuda humanitária para a Faixa de Gaza é "ilegal" e disse que o bloqueio é um "contínuo crime contra a humanidade". (...) Richard Falk, um judeu-estadunidense e atual relator especial para direitos humanos nos territórios palestinos ocupados apontou que a última ação de bloqueio do barco é parte de "um cruel bloqueio à inteira população de Gaza" em violação à 4a Convenção de Genebra que proíbe qualquer forma de punição coletiva contra "um povo ocupado".
http://www.haaretz.com/hasen/spages/1097608.html